sexta-feira, 29 de julho de 2011

MINHA JACOBINA (Payayá Jr.)


Foto: JACOBINA - "PINICO DE OURO" (FACEBOOK)

Jacobina, hoje, quinta-feira, 28 de julho de 2011, completa 131 anos desde que foi estampada para a categoria de município em 1881, precisamente pela lei Provincial de nº 2.049 de 28 de julho de 1880.

Mas falando assim em data é pouco para a formação de um povo. Jacobina como é hoje precisou vir desde 1580 quando um desses chamados desbravadores do sertão, Gabriel Soares, deu de encontro com nossas mais antigas raízes: os Payayás que chamados de “agressivos’ foram dizimados. Parece-me que não eram tão “agressivos” assim, não mais que os colonizadores, do contrário estariam entoando suas lendas e seus cantos de guerra e, nem também, foi a única nação primeira dona do Brasil a ser dizimada.

Erros históricos que nos acompanharão enquanto nosso povo se fizer cônscio de sua realidade, Jacobina se mostra com uma cara muito diferente daquelas épocas. Hoje já pensamos, com alguma prática, na preservação de nossa beleza natural. Quem dúvida que nossos tataranetos não se deliciarão com a magnífica vista da Serra do Tombador, do Pico do Jaraguá ou da subida gloriosa e de fé da Serra do Cruzeiro?

Quem ainda não viu Itaitú com a Cachoeira Véu da Noiva, do Piancó, da Jaqueira ou não passeou pelas ruas tranquilas de arquitetura harmoniosa do Riachão, como é conhecido também o povoado de Itaitú, não conhece Jacobina!

Quem olha para igreja da Missão, batizada pelo clero de Capela do Bom Jesus da Glória, e não sente a presença daquela construção colonial realizada pelos nativos Payayás, sob a batuta dos Franciscanos, não conhece Jacobina! Ou mesmo para quem não fita a fortaleza dos muros da igreja Nossa Senhora da Conceição e a da Matriz, certamente, não está protegido pela fé cristã!

É a Marujada com seu canto da alvorada pipocando seus fogos o anúncio da festa de Santo Antonio e São Benedito. É a “furiosa” Filarmônica da 2 de Janeiro me arrastando pelos ouvidos suas belas canções. E quem não viu ou ouviu, pode crer, não viu Jacobina nem provou do nascimento de nosso carnaval fora de época: a Micareta, criada em 1912 pelo nosso povo.

Da carne do sol com pirão de leite, do mocotó, sarapatel e galinha caipira. Do acarajé, do vatapá, caruru, feijão verde e o cozido. Farta e variada a sublime iguaria do nosso sertão. Sem também prová-la, aqui não esteve.

Da feira livre ao artesanato da palha do ouricuri aos arreios de couro dos vaqueiros. Da pintura estonteante expressionista de Cícero Matos á poesia suave de Agnaldo Gomes Jacobina se veste de forma ímpar em sua cultura. Do pouco antigo casario, como o de Dona Lolinha e dr. Zelí, à incrustada Concha Acústica de Carlitão no morro da Missão, Jacobina toma a forma que é somente sua.

É este o patrimônio de nossa terra: nossa arquitetura e paisagem natural construída por todo o povo de Jacobina, nosso verdadeiro patrimônio cultural. Nossa querida Jacobina com seus 131 anos que aprendemos a amar e tê-la como posse de quem quer dela cuidar sem pedaço algum roubar.

Parabéns, Jacobina! Nosso presépio da Chapada Diamantina, não apenas de 25 de dezembro, mas de todo o ano!


Payayá jr.
Jacobina 28 de julho de 2011.

Nenhum comentário:

Postar um comentário