quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Eleição e confraternização 2018 da Academia Jacobinense de Letras - AJL.


No dia 15/12, sábado, a AJL realizou sua última reunião de 2018. Foi uma reunião especial, pois, além dos membros que residem em Jacobina, também estiveram presentes o Pastor Edmundo Isidoro (Presidente de Honra da AJL) e suas filhas Eliã Siméia e Edel Isamar, hoje residentes na cidade de Juazeiro. 
Dentre os pontos de pauta estava a eleição para o biênio 2019/2020. O presidente Cledson Sady, que tinha direito a reeleição, por motivos de ordem pessoal resolveu não concorrer. Dentre os membros presentes foi escolhido o acadêmico Ivan Aquino para presidir a entidade pelo próximo biênio. A nova Diretoria ficou composta da seguinte forma: Presidente – Ivan Aquino; Secretário Geral – Cledson Sady; 1ª Secretária – Julieta Braga; Tesoureiro – Adauto Reis. 
Após a eleição deu-se início à confraternização.  Foi um momento de alegria e descontração onde aconteceu um animado “amigo secreto” e depois foi a vez dos comes e bebes.

BORKA



o limite
que mim
cabe
transcrevo
na alvura

do papel

o hábil
grafite
na infinidade
do verbete
rende-se
à lapiseira

e, enfim
reluto
aos adventos
virtuais.

BORKA.

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

II FLIJA – Feira de Literatura de Jacobina – Ba.


Nos dias 09, 10 e 11 de novembro de 2018, Jacobina – Ba, foi palco da II FLIJA – Feira Literária de Jacobina. A realização do evento foi resultado de uma parceria da AJL – Academia Jacobinense de Letras, UNEB – Campus IV e Prefeitura Municipal de Jacobina, através da SEMEC - Secretaria Municipal de Educação e Cultura.
A abertura do evento ocorreu na sexta-feira, 10, com a Caminhada Literária saindo da Praça da Matriz com destino à Praça do CEU, percorrendo as ruas centrais da cidade. A caminhada contou com a presença de alunos e professores do Colégio Municipal Gilberto Dias de Miranda (COMUJA), Escola Municipal Armando Xavier de Oliveira (EMAXO), membros a AJL e SEMEC. Ao chegar na Praça do CEU os estudantes e professores visitaram o stand com livros da AJL e participaram da oficina de contação de história ministrada pela Professora Denise, da AJL, e alunos da UNEB. Enquanto isso, acontecia também oficinas na UNEB – Campus IV.
Na sexta à tarde, o evento teve continuidade com o stand da AJL na Praça do CEU e oficinas na UNEB. Ainda na sexta-feira, às 19:00hs, aconteceu a solenidade oficial de abertura da II FLIJA com uma bela apresentação do Coral Vozes de Ouro, que tem como regente o Maestro Paulo Fontes. Depois da apresentação, formou-se a mesa com a presença do Diretor da UNEB – Campus IV, Professor João Silva Rocha Filho; Presidente da AJL, Cledson Marlos Pinheiro Sady; Representante do Conselho Municipal de Cultura, Aurivone Ferreira e o secretário Municipal de Educação e Cultura, André Sampaio. Durante as falas foi destacada a importância de eventos culturais do porte da FLIJA. Depois deste momento formou-se uma nova mesa, composta pelos seguintes membros da AJL: O Presidente Cledson Sady e os acadêmicos: Adauto Rios, Aloísio Queiroz, Dalva Vilaronga, Geferson Carvalho, Ivan Aquino, José Alves e Vera Jacobina. O uso da palavra o presidente fez o lançamento do Livro “Letras Douradas V – Homenagem aos fundadores”. Depois, o acadêmico José Alves, falou sobre “A História de Jacobina nos textos da AJL – 30 anos de contribuições e apontamentos para a história local”. Em seguida os Acadêmicos prestaram homenagens aos membros fundadores. O membro fundaor Humberto Soares e Silva foi homenageado pelo acadêmico Geferson Carvalho; Agnaldo Marcelino Gomes, por Ivan Aquino; Alcira Pereira Carvalho Silva, por Cledson Sady; Doracy Araújo Lemos, por Dalva Vilaronga; Eliã Siméia Martins dos Santos Amorim, por Edel Isamar; Nilza Silva Oliveira, por Aloísio Queiroz; Edmundo Isidoro dos Santos, por Eliã Siméia e Adauto Reis e Carlos Gomes da Silva, por Vera Jacobina. Além das homenagens aos fundadores, o livro ainda conta com os textos: A Poesia nos Poemas da AJL - Seus trinta anos de existência, escrito por July Braga; Academia Jacobinense de Letras: O diálogo entre dois estilos literários femininos, por Denise Dias de Carvalho Sousa, e· A História de Jacobina nos textos da AJL – 30 anos de contribuições e apontamentos para a história local, por José Alves de Jesus.
Estiveram presentes no evento os parentes dos homenageados Humberto Soares, Agnaldo Marcelino e Alcira Pereira. Muitos escritores  e artistas locais, a exemplo dos escritores Adriano Menezes, Ismael Guedes, Márcio Melo, Valter Oliveira, Tereza Cristina, da artesã Aurivone  Ferreira e do poeta e artista plástico Cícero Matos.
A programação teve continuidade no sábado à tarde na Concha Acústica com a apresentação do espetáculo teatral do Grupo Rizoma, “Evocando as Ausências: Pela Memória dos Desaparecidos e Mortos na Ditadura Militar”, dirigido por Iago Setúbal, além de apresentações de MPB com componentes do Coral Vozes de Ouro e convidados. No domingo aconteceram exposição de artesanato dos Artistas Cícero Matos e Aurivone Ferreira e oficina de fotografia no distrito de Itaitu.
A II FLIJA foi resultado da parceria da AJL, UNEB, PMJ/SEMEC e da boa vontade de pessoas que se propuseram a contribuir para a construção do evento. Surgiram dificuldades, contratempos e falhas, mas o resultado final foi positivo e um estímulo a melhorar o evento para a próxima edição, onde espera-se contar com a participação dos amantes da literatura de Jacobina e região e também daqueles que ajudam com suas críticas construtivas.


Por Ivan Aquino.
(Publicado no site: https://www.recantodasletras.com.br/artigos-de-literatura/6509235)

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Somos realmente Seres humanos? Por Ivan Aquino

O que podemos entender por ser humano? Segundo a bíblia, criação divina para cuidar de todos os outros seres vivos. Segundo a ciência, resultado do processo evolutivo do primeiro hominídeo ao atual homo sapiens. Nos dois casos o responsável pela manutenção e preservação da vida em suas mais diversas formas no planeta terra. Será que estamos cumprindo nosso papel? Todas as constatações nos mostram que não.
Mesmo com as catástrofes naturais, antes da existência humana o planeta era sustentável. Até mesmo depois da queda de um asteroide que acabou com os dinossauros, o planeta se recuperou. Claro que levou milhares, milhões de anos, mas se recuperou. Será se nós não estamos promovendo um evento das mesmas proporções e o mundo levará milhares, milhões de anos para se recuperar novamente?
Quando se fala em aumento da emissão de gases na atmosfera elevando a temperatura do planeta, pensamos logo nos EUA, China, países industrializados e grandes centros urbanos; quando falamos em desmatamentos pensamos logo na Floresta Amazônica e na Mata Atlântica; quando falamos em poluição da água pensamos na emissão de efluentes das grandes indústrias e das cidades sem saneamento básico. Quem pensa assim não está errado. Mas acho que devemos elencar outras situações.
Atualmente a população mundial ultrapassa os 7,5 bilhões de habitantes. O planeta nunca teve uma carga tão grande de humanos encarnados. Cada um desses humanos depende totalmente dos recursos naturais para sobreviver; alimento, vestimentas; moradia e conforto depende da exploração/depredação do nosso meio ambiente. Seria possível tanta gente morando no planeta e ainda termos recursos ambientais suficientes para atender a todas as demandas sem entramos em colapso? Estudos dizem que SIM, mas depende de vários “SEs”; se usássemos de forma racional os recursos que necessitamos; se os avanços tecnológicos não fossem utilizados prioritariamente para as forças armadas e para alimentar o capitalismo insaciável; se fossemos mais espiritualistas que materialistas; se o ter não estivesse sempre acima do ser; se...
Não é só o agronegócio que, com suas monoculturas, detonam a fauna e flora de determinados biomas. São também os agricultores familiares que desmatam novas áreas a cada plantio, inclusive acabando com as matas ciliares; são os produtores que utilizam agrotóxicos incontrolavelmente; os criadores de gado que impermeabilizam grandes áreas para plantar capim...
Não sãs só as grandes minerações que arrasam com os recursos hídricos. Os garimpeiros artesanais que utilizam “azougue” (mercúrio) e acabam com a fauna aquática; os desmatamentos em volta das nascentes e as frequentes queimadas em nossas serras e vales são devastadores para nosso meio ambiente.
O que fazer?
Essa resposta cada um tem que procurar dentro de sua realidade. A maioria de nós cobramos do poder público a resolução dos problemas. Essa cobrança tem que continuar, pois o poder público, em suas três instâncias, tem muitas e importantes atribuições: expedir licenciamentos, fiscalizar condicionantes dos licenciamentos, atender a legislação ambiental nas execuções de obras públicas, promover o saneamento básico, recuperar áreas públicas degradadas, planejar, orientar, monitorar, fiscalizar e combater crimes ambientais.   
Se os órgãos públicos conseguirem cumprir seu papel, já teremos um grande avanço. Porém, o avanço mesmo só virá quando cada cidadão assumir sua responsabilidade.
Primeiro lembrar que o meio ambiente não é uma fonte inesgotável e lembrar que as futuras gerações vão necessitar dele também para sobreviver. Hoje não faltam campanhas educativas tentando sensibilizar e orientar a população para as causas ambientais. Economizar água; praticar os três “Rs” da sustentabilidade (Reduzir, Reutilizar e Reciclar); praticar o consumo consciente; consumir alimentos orgânicos, não praticar crimes ambientais, etc.
Com tantas campanhas, nos dias atuais nenhum ser humano está alheio a necessidade de se cuidar do meio ambiente em todas as suas vertentes. Mesmo com tanta publicidade, a cada dia a mídia nos mostra o crescimento do desmatamento na Floresta Amazônica e Mata Atlântica (isso sem falar dos outros biomas a exemplo de nossa caatinga); da situação do nosso Velho Chico; do aumento da emissão de gás carbônico; do derretimento das calotas polares; das secas prolongadas em alguns locais e excesso de chuvas em outros. Aqui em Jacobina, uma cidade que já contou com abundantes recursos hídricos, hoje sofre com falta d’água até mesmo para abastecimento humano, dependendo de barragens distantes como a do município de Pindobaçu, para suprir as necessidades da população; os produtores rurais abandonam suas propriedades porque não têm água para suas plantações e animais; os outrora perenes rios do Ouro e Itapicuru, que atravessam a cidade, hoje são intermitentes. 
Tudo isso me faz lembrar do livro “Crônica de uma morte anunciada” do escritor colombiano Gabriel José Gárcia Márquez, ganhador do Prêmio Nobel da Literatura em 1982. Todos sabiam que Santiago Nasar morreria naquele dia, menos ele. Não quero ser pessimista, mas sendo realista sinto calafrios pelo o que vejo pela frente. Se mudanças radicais no comportamento humano não acontecerem, os cenários caóticos que assistimos em filmes sobre o futuro da humanidade estão cada vez mais próximos.
Voltando à questão inicial: somos dignos do título “ser humano”? Estamos cuidando do planeta conforme a atribuição divina? Somos realmente o ápice do processo evolutivo conforme preconiza a ciência? Vamos fazer uma reflexão sobre isso?
Quero finalizar esse texto alimentando a esperança que minha utopia se torne um sonho, e esse sonho realidade. Vamos, cada um tentar agir localmente para que ocorra uma mudança global. Vamos tentar colocar em prática o que a mídia nos alerta: economizar água e energia; praticar os três “Rs” (Reduzir, Reutilizar e Reciclar); consumir alimentos orgânicos, não cometer crimes ambientais e, acima de tudo, pensar em nossos filhos e netos. Eles também precisam do planeta para viver. Vamos assumir nosso papel perante o planeta, vamos tentar nos tornar em seres realmente humanos. Fica a dica.


Jacobina, 30/06/2017.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

A VIDA DA POESIA - Simão Barros 2018


Poesia é a preguiça mais bela
Mais resumida
Espremida
Ao falar em três, quatro, cinco palavras
O conteúdo de um parágrafo
De uma página
De um livro
De bibliotecas
Da vida.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Bonito ou feio (Opinião João Bosco)

Para mim que sonho com a igualdade em todas as áreas, principalmente racial e étnica, não existe pessoa bonita ou feia, existem pessoas com traços fisionômicos diferentes, porém seus órgãos internos são extremamente semelhantes, me falou um perito em anatomia humana.
Há quem diga que rico já nasce bonito e se nascer feio, o dinheiro cobre a feiúra e o transforma num príncipe. Pobre já nasce feio e se não conseguir uma ascensão social, vai ser feio até morrer. O preconceito e a hipocrisia de alguns, lhes impedem de perceber o quanto é maravilhoso e fenomenal um simples ser humano por mais defeitos físicos externos que o mesmo venha a ter. Se uma pessoa nasce bela e pobre, aos olhos da sociedade é feia. A conclusão que se chega é que não existe bonito ou feio, tudo não passa de um pretexto estúpido e infame com o intuito de causar controvérsias, preconceitos e separar as pessoas.
Embora todos os tipos de mídias preguem abertamente que a beleza externa é cem por cento, num país de miscigenação como o Brasil, fica difícil escolher a beleza padrão do homem e da mulher. Na certa o indígena é o mais genuino e autêntico dos brasileiros. É verdade que algumas índias se acasalaram com alguns brancos colonizadores, mas uma mulher branca orgulhosa e preconceituosa se amancebar com um índio, nem em sonho. Sem dúvidas o índio é o  brasileiro mais distante das origens estrangeiras.
Essa mania de beleza física e corpo escultural cai bem é algumas mulheres  que mesmo sendo "brôcas", mentes vazias e com um Q.I. inferior ao de um asno, ainda conseguem atrair homens endinheirados, fama e sucesso como no caso das cantoras de funk e outros estilos, atrizes, dançarinas, modelos, aeromoças, recepcionistas, apresentadoras de tv, etc. No Brasil não precisa ter talento e nem vocação para exercer certas profissões, basta ter uma boa dose de sorte, beleza extema, dar "uma" com o chefão e é só. Quem tem talento para isso e para aquilo que se dane. Um povo subdesenvolvido jamais irá dar valor a um artista de alto nível. Como diz o meu conterrâneo, o cantor Falcão: "Quanto pior melhor" (para o povo).
Pior é que as mentiras e asneiras que a mídia divulga no cotidiano, tem influenciado as pessoas de tal forma, que em toda parte nota-se pessoas transformadas e deformadas, é gente fazendo cirurgias nas pernas, nos braços, na barriga, nos quadris, na boca, no nariz, nas orelhas, no diabo a quatro, tentando ficar parecidos com a turma da TV, cinema, música e esporte, uma parafernália! A mídia convence às pessoas a um monte de luxúrias e vaidades obsoletas, só não transfroma o mundo em melhor.
Vaidade tola e consumismo inútil que não são qualidades de vida, que estragam as pessoas, fazendo-as seguirem num caminho de ilusões, logro e fantasias.
Bonito ou feio, pouco importa! O que todos devemos fazer é não julgar o próximo pela sua aparência. As vezes na pessoa bonita reside o demônio da cobiça, da arrogância, da luxúria, da traição e as transfromam em verdadeiras besta desumanas. Já nas em pessoas digamos assim não muito afeiçoadas, reside um anjo de luz que transmite ao próximo uma paz e uma alegria divina e uma energia positiva que nos contagia só em sentir sua humilde e simples presença.
A verdade é que a pessoa bonita pode ser boa ou má, o mesmo ocorre com a pessoa feia. O mal não tem feições, nem cor, nem corpo, é invsível e além do mais, vive nas trevas e morre na presença da luz.
Um médico, perito em Anatomia Humana, do Instituto Médico Legal, afirmou que se colocar juntos dois esqueletos humanos do bonito e do feio da mesma estatura, somente depois de um minucioso exame de DNA, é que irá descobrir quem é quem. As víceras de uma pessoa bonita são idênticas as da pessoa feia.
Portanto, essa coisa de ser bonito ou feio, é uma neurose presente em gente desequilibrada de desprezível auto estima. O importante nessa vida é ser feliz e nada mais.
Eu particularmente simpatizo com gente de carater, personalidade, honesta, trabalhadora, que ainda acreditam em Deus, decente e que respeita o próximo como a si próprio. Não reparo nos seus traços fisionômicos, nem se é bonita ou feia, isso não me diz nada.
Benjamim, rei da feiúra, uma criação minha da literatura de cordel, melhorou de vida graças a sua feiúra, leia uns trechos:

Benjamin o rei da feiura (Trecho do livreto de Cordel) João Bosco.


O trecho inicial de Benjamim rei da feiúra, meu livro em cordel (folheto) já 10ª edição. Não é pra qualquer um.
1
Gente bonita e feia
Em nosso mundo existe,
Tem um feio tão alegre
E um bonito tão triste!
É assim nosso planeta
E gente branca ou preta,
À todas Deus sempre assiste.
2
Por isso é que Benjamim
Nasceu feio pra caramba,
Com a cabeça achatada,
As pernas finas e bamba,
Mesmo assim era inxirido
E o mais divertido
Quando chegava num samba.
3
Foi um alvoroço medonho
No dia em que ele nasceu:
A parteira assustada
Fez meia volta e correu,
A mãe cheia de esperança
Quando olho para a criança,
Suspirou fundo e morreu.
4
Mas, o pai de Benjamim,
Um "cabôco" de coragem,
Tinha problema de vista
E falou é molecagem,
Isso é coisa sem sentido,
Tratar um recém-nascido
Como se fosse visagem!
5
É uma dádiva de Deus,
O nascimento de um filho,
Não é a feíúra dele
Que vai tirar o seu brilho,
Vou lhe dar educação,
Transformar num cidadão,
Não vai ser um impecilho.
6
Mas apesar dos pesares
Benjamim cresceu sadio,
Alegre, descontraído,
Inteligente e gentil,
Quando foi se batizar
Com uma roupa azul e grená,
O padre se escapuliu.
Por: João Bosco Silva Fernandes, cordelista.
Jacobina - Bahia,

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Caminhando - Simão Barros


Por quanto ainda ande
Meu caminho trilha a imensidão de uma planície sem fim
Com meus passos, lentos, firmes
Dispostos, fortes, solidário
Deixando marcas profundas no solo
Sem afundar com o peso nos ombros
Sem dúvida, vou; meu Deus guiando-me
Na certeza que este ir é a própria vida
São os dias vividos, por vezes sérios,
Tristes, alegres, longos,  mas nunca perdidos
Nunca vendo um futuro longe
Mas um agora perto de mim
Ao meu alcance de fazer por mim,
Pela minha vida e a do outro

Simão Barros - Jacobina-2016

E quando...

E quando
Tudo que restar
For solidão,
Olhe para trás...

O que plantou?

O que falou?
Qual caminho trilhou?
A quem ajudou?
A quem disse não?
Qual sua missão?

Ainda há tempo?


(Publicado no Jornal "A Letra" número 49 da AJL - Academia Jacobinense de Letras e no site: Recanto das Letras - Página de Ivan Aquino)

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Sensações - Ethel Mendes


Até hoje eu sinto
O calor do nosso abraço
Daquele derradeiro
Que estremeceu meu corpo por inteiro

E também o meu frágil coração.

Até hoje eu sinto
O sabor do teu beijo
Daquele último, tão doce e eterno
Que me inundou de desejo
E me encheu de ... emoção.


Até hoje eu sinto
Seu cheiro inconfundível
Sua presença viva, indescritível, marcante
Que dá rumo a este ser errante
E me faz crer que nem tudo foi ilusão.


Até hoje eu sinto
A dor da despedida
As diferenças que separam nossas vidas
Quão amarga é a partida
Quando se quer dizer sim e se diz, não.

QUANDO A LUZ DO DIA APARECE... – Ivan Aquino




Quando a luz do dia aparece
Temos a oportunidade de
Preencher a tela em branco 
À nossa frente com 
Belas paisagens,
Escrever poemas,
Cultivar jardins,
Cantar e encantar...



Quando a luz do dia aparece
Temos a oportunidade de
Ajudar nosso irmão,
Dar uma palavra 
A quem precisa de ajuda,
Incentivar quem tem
Um objetivo a alcançar,
Colocar pelo menos um tijolo
Na construção de um mundo melhor...



Quando a luz do dia aparece
Podemos escolher:
Parar de sonhar
Abrir os olhos e lutar
Ou ficar deitado
Deixando a vida passar...


... E todos dias
A luz do dia aparece!