terça-feira, 26 de setembro de 2023

Humanidade desumana...

 Em nome da paz, mil guerras...

Em nome do ódio, vingança...

Em nome do amor, se trai...

Em nome de Deus, se mata...

Que humanidade desumana.


Mil guerras, em nome do ódio...

Vingança, em nome do amor...

Se trai, em nome de Deus...

Se mata, em nome da paz...

Desumana, essa humanidade.


Em nome do amor, mil guerras...

Em nome de Deus, vingança...

Em nome da paz, se trai...

Em nome do ódio, se mata...

Que humanidade desumana.


Mil guerras, em nome de Deus...

Em nome da paz, vingança...

Se trai, em nome do ódio...

Em nome do amor, se mata.

Desumana, essa humanidade.

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Sob nossas mesas - Ijani Martins Boré Borka

Sob Nossas Mesas

Ancorado

na mesa

o vaso,

nesta sala

deserta

as pétalas

no agora,

eterna

de tão

plásticas

contínuos

os dias

me devora

e

eu sinto

meu corpo

envelhecer

e

me

enquadra

no

escuro

espelho

do

tempo.

bOrka 

terça-feira, 15 de junho de 2021

Vivendo e aprendendo

 

Tanta gente já me disse tanta coisa,

Meus mestres nos livros,

Meus amigos nas farras,

Pais, professores, doutores,

Padres, gurus, pastores...

Eu aprendi com todos...

E eu desconfio de todos.

quarta-feira, 3 de março de 2021

segunda-feira, 1 de março de 2021

PORQUE É PRECISO CONTER ENQUANTO É CEDO. - Giorlando Lima.

Imagem: Quadro de CMatos.

Há coisas que acontecem tarde. E de tão demoradas, se amarrotam, viram imagens antigas em tom sépia. Parecem ficar velhas. Viram lembranças curtas, intermitentes, que piscam qual vagalumes a reduzir o escuro do esquecimento. Mas acontece que quando são reencontradas tornam-se novas, causam alvoroço na alma, um pulsar mais intenso do coração, gotinhas de recordação lavando a memória e, de repente, causam a incrível sensação de que, finalmente, aconteceu o que era esperado. É a saudade antiga virando apego novo.

Mas, como dizem por aí: “só que não”. Porque há coisas que chegam tarde; na hora certa, mas no tempo errado. E chegam com força para ser aquilo de que se precisa, mas que não pode ser. Não pode ser. A saudade antiga vira apego novo. Mas não pode ser. É preciso conter.

E então tudo parece dizer isso. Do Rio do Ouro, do Itapicuru, da Rua do Vale, da Catuaba, da Caeira, do Deocleciano, da Missão, do Cruzeiro, do Leader, da loja de Maria do Ouro, da Paulistinha, do Cine Payayá, da Zululândia, da Félix Thomaz, da Caixa d’Água, da Bananeira, da Rua da Estação e da Estação da Leste, do Texaco, do Derba, do Pontilhão, do Supermercado Pinguim, do União, do Caldeirão, da Macaqueira, do Clube Recreativo Aurora Jaacobinense, da prefeitura velha, da prefeitura nova, do Jornal A Palavra, do Correio da Serra, da Sociedade Filarmônica Dois de Janeiro, da Rádio Clube, da Rua do Peru, do Triângulo, do campo do Derba, da Rua do Calango, da Só Batidas, da Status, do Tiro de Guerra 06-127, da Serrinha, da Rua dos Índios, da Castro Alves, Rio Branco, da Coronel Teixeira, da Serra do Tombador, da Cachoeira de Aníbal, das escadarias da Igreja da Conceição, do campanário da Missão, da calçada da Matriz, da barraca de Seu Crispim, de todo lugar onde já passamos, cada um na sua hora, cada um com seu destino já anotado e seus sonhos distintos e distantes, os avisos chegam, dizendo, quase gritando, que é preciso agradecer cedo, dobrar com cuidado as lembranças e a alegria do reencontro, para que nunca mais amarrotem, e guardá-las no baú da realidade para que lá fiquem, de novo, a contar o tempo, sem riscos. É preciso ir embora cedo.

Porque é simplesmente irresistível o apego e não é apropriado o apego. Porque o apego atrai o adeus. É preciso conter.

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

terça-feira, 28 de julho de 2020