terça-feira, 31 de agosto de 2010

SER CRIANÇA (Vera Jacobina)



Quando eu era pequenina,
brincava com minhas amiguinhas,
de roda e de boneca,
era muito sapeca.

Ainda brinco de roda,
mas também vou pra escola,
e as bonecas na espera,
para quando eu voltar.

Levo sempre minha lancheira,
também chamada merendeira,
cheia de frutas saborosas,
e merendas bem gostosas.

A mamãe é quem escolhe,
tudo com muito cuidado,
pois diz que comer frituras,
faz pra nós, um mal danado.

Vera Jacobina

P.S.: ESSA POESIA FOI PUBLICADA NA ANTOLOGIA INTERNACIONAL, Poesia Pura e Simples

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

CASAMENTO PERFEITO (Parceria de Sensibilidade com Vera Jacobina)


Enfim se casaram
o poeta e a poesia...
num ato discreto,
com muita alegria,
foguetes, folguedos,
fanfarra, cantoria.

Foi após ter-se dito:
por esse povo ousado...
tanto tempo o namoro,
que rito demorado!
Mas tudo o que é sempre bonito,
tem sua leva de encantado.
E ninguém punha mais fé
nesse ato incontido,
pois, não mais esperavam
esse enlace curtido...
fez-se em relance o lance
e eis que, em Jacobina
se lhes deram a chance
a que a nupcial valsa dancem
atendendo ao romance
entretendo ao Cupido!

Ali mesmo, Jacobina
escolhida pro foro,
pra fugir da rotina
deram de convidar
o Jacó e a Bina
para enfim testemunhar
essa bendita sina
e beneditas bençãos de Dito
e Tonho que trocaram a batina
pra celebrarem o matrimônio...
o importante de tudo
é o momento feliz
celebrado à noitinha
na Igreja Matriz!
O poeta tão sábio
E num tom tão pomposo
Disse à sua amada
num tom carinhoso:
amor de primeira
e à primeira vista
desse amor que desvela
com toda conquista...
amor de todo o sempre
e há de se perder de vista
que nem a morte separa
pois a vida repara
toda falha que exista!

Foram eras e eras
de namoro e paquera
mas tomaram a decisão
descobriram afinidades
condizentes ao coração...

Guloseimas variadas,
confeitado e grande bolo,
buquê arremessado
ao ar como consolo...
Ih, quem pegou o ramalhete
u'a solteirona renitente...
chamada Poema
poetisa da gema!
Valeu a pena esperar
por essa graça ditosa,
e assim se espera uma safra
em uma prole generosa
de lirismos encantados:
Sonetos, Cirandas,
Prosas-poéticas
ou poéticas-prosas,
céus azuis, tantas rosas...
aromadas e airosas,
poetrix, indrisos, haikais,
parcerias e duetos
e até no imaginário,
num insite de um clic,
com Obelix e o Asterix...
muitas trovas, tantos ais...
motes bem sugestivos
diversos versos metrificados
ou apenas “sensitivos”,
poesias concretas
ou parnasianianas
sentimentos e atrativos
lançados ao universo
onde o verso se une uno
no inverso dessa tribo
sempre ileso e imune
como todo aquele verso
que o bem e o amor reúne...
Foi assim que se deu
essa história de amor
que se bem reparada
parece-se com um louvor
à nossa própria história...
com fervor aqui contada
num capítulo desse recanto
aos sorrisos e sem pranto
escrito com intenso encanto
por nós assim chamado
“Um Amor de História de Amor”.

Além de tudo, sincera
dentre histórias de amores,
pintada e ponteada numa tela
decantada e cantarolada
por essa dupla de autores
que é Fernando e também Vera.
Antonio Fernando Peltier
Publicado no Recanto das Letras em 05/08/2010

MARIA FUMAÇA... QUANTA SAUDADE!!! (Amar Gomes)


O sistema de transporte mais importante, hoje, é o rodoviário, mas em épocas passadas o transporte mais utilizado era o ferroviário, que fazia o transporte de passageiros e cargas para a capital do Estado e outras cidades, o escoamento dos produtos de toda a grande região era feito através da Estrada de Ferro Leste Brasileiro, que muito contribuiu para o desenvolvimento da região. Por mais de meio século a ferrovia beneficiou nossa cidade e outras.
Quem não sente saudades da Maria Fumaça, com seu barulho característico e o apito estridente ecoando por entre as serras, trazendo saudades de alguém que partiu ou aquela ansiedade da espera de alguém que vinha retornando no trem, para o velho ninho de saudades.
Trem de ferro, quanta saudade! A espera na estação, o encontro com a namorada, um aperto de mão, o piscar de olhos, tempo gostoso que já vai distante e que não volta mais, aos domingos ir a estação para despedir-se de alguém e as vezes para acompanha-la até a próxima estação, sempre aos domingos, porque havia um trem descendo para Caén e outro subindo para Miguel Calmon, que eram as próximas estações de Jacobina... e lá estávamos nós nos despedindo, saltar na próxima estação, um abraço, um beijo, mil juras de amor, e um lencinho branco se agitando se agitando na janela do trem em disparada. Um longo apito e a saudade cortando o coração, hoje só resta a saudade.
"Minha infância em Jacobina ó menina", música do cantor e compositor Aristeu Queiroz, que cantava as belezas sua terra como ninguém, principalmente quando o trem vinha chegando em Jacobina: "Na Serrinha a vez é minha, o trem apita, o povo se agita, esperando alguém, que vai chegar no trem".
Assim cantou o saudoso Bob Silva, numa linda canção que compôs em homenagem a sua terra natal.
Recuando no tempo e revolvendo na mente, são muitas as saudades de um tempo em que a gente era feliz e não sabia.
Bar da Leste que funcionava em anexo ao prédio da estação, onde se tomava umas e outras, uma loura bem gelada enquanto se esperava a chegada do trem, às vezes havia música ao vivo, quando a namorada de algum seresteiro ia viajar ou estava chegando de férias, era sempre uma festa. Que fazer com os sentimentos quando eles retornam como uma linda canção de amor... Maria Fumaça, você ficou na lembrança. Hoje só resta a saudade.
Devido as condições precárias em que se encontrava, a via férrea perdeu a sua viabilidade de transporte de cargas e passageiros, perdeu a sua movimentação... devido a chegada das estradas de rodagem e os pesados caminhões de transporte de cargas. Maria Fumaça ficou cansada e foi sufocada pela evolução dos tempos, vieram as máquinas diesel, que não tinham nenhuma graça e a beleza de Maria Fumaça, mas era o avanço do potente modernismo.
Por volta de 1975/76 não se ouviu mais o grito rouco e o apito saudoso cortando os ares, Maria Fumaça emudeceu, quanta saudade...

Foto de Alex Sandro (Cueca)

CORPUS CRISTIE 2010

C Matos

terça-feira, 17 de agosto de 2010

PAISAGEM VERDADEIRAMENTE VERA! (Fernando Peltier)


A PAISAGEM HUMANA
PERFEITA E TÃO BELA
FUNDE-SE COM A PAISAGEM
QUE FAZ-SE POR SI E POR ELA...
COISA INFINDA DA NATUREZA...
TAMBÉM PUDERA,
ELA É PARTE DO NATURAL
QUE MUITAS VEZES
SE ESPELHA E SE INSPIRA SÓ NELA!

(Postada em comentário
numa foto dela no meu orkut,
que o cara aqui só curte,
o orkut e ela!...)
Antonio Fernando Peltier
Publicado no Recanto das Letras em 13/08/2010

ESPELHO (Vera Jacobina)


Observo meu rosto
naquele espelho,
que me acompanha
desde pequena.

Quantas caretas,
jeitinhos e trejeitos,
(a me espiarem),
naquele espelho...

Ele me conhece mais do que eu...
que não vi o tempo passar,
e que me acompanha...
E faz-me pensar,

Num tempo que foi,
tempo que virá.
e sendo assim...
Deus dará, Deus dará!...

Cada idade tem seu fascínio,
aquele espelho há de mostrar
todo o desígnio de meu destino,
"Três... três... passará!..

Vera Jacobina
Publicada no Recanto das Letras

Anônimos (CMatos)

Nada do que pareço! (Beto Borboleta)


Eu sou aquilo que voce nåo vê,
mas pode estar ao seu lado!
Sou o que você quer ser,
e ao mesmo tempo, a tua tempestade de veråo,
abrupta e indesejável,
porém aliviante!
Sou o desejo mais obsceno,
a vontade saciada!
A noite mal dormida,pensando na mulher amada,
afinal,sou tudo que escrevo,
mas nada do que pareço!