terça-feira, 7 de setembro de 2010

ARISTEU PINTO DE QUEIROZ (BOB SILVA)


Dados biográficos de pessoas ilustres: O nosso estimado Bob Silva, nascido a 28 de dezembro de 1918 e falecido em 12 de junho de 1976. Era filho legítimo de Roseno Pereira Lima e Hermelina Cardoso Menezes. Natural de Largo município de Mundo Novo, Bahia. Por haver falecido a sua mãe quando ele nasceu, foi entregue ao casal Antonio Pinto de Queiroz e Doraldina Alves Barreto, que não possuindo filhos, adotou-o como já havia adotado uma sobrinha de nome Minervina Barreto. Foi criado com amor de filho verdadeiro.
"Teteu", como lhe chamavam os parentes e amigos, desde cedo mostrou-se inteligente, aprendendo tudo o que via. Os seus pais adotivos procuravam dar-lhe uma educação aprimorada, que não era encontrada no lugarejo em que viviam. Por isso, foi mandado para a cidade de Jacobina, matriculando-se na Escola Particular da professora Alice Barros de Figueredo, fazendo ai o seu curso primário. Desde os dez anos de idade, já fazia as suas composições musicais e tocava violão animando as festinhas da sua terra. Foi estudar em Salvador, chegando a fazer o curso ginasial. Seu pai queria que ele continuasse os estudos, porém, ele não quis. Com a vivência em Salvador, iniciou a vida boêmia dos seresteiros. Não seria o diploma de médico, bacharel ou outro qualquer que ele desejava. Pretendia ser livre, exaltando as terras por onde passava, com seus versos, sua voz e o seu violão. E assim compôs "Minha Infância em Jacobina", "São Paulo", Feira de Santana" (compacto gravado pela Discos Sancléa Ltda, de Feira de Santana).
Foi para o Rio de Janeiro, à procura de um ambiente propício ao seresteiro. No Rio trabalhou na Rádio Nacional e na Rádio Tupi, deixando esta última sem terminar o contrato.
Os seus pais adotivos eram pessoas abastadas. O seu pai adotivo, o Sr. Antonio Pinto de Queiroz, constituiu uma outra família. Com a sua morte, essa família e os seus tios adotivos, conseguiram deserdá-lo. Apossaram-se de terras e ele não fez nenhuma questão, porque já levava uma vida sem ambição.
Casou-se pela primeira vez com uma jovem de Recife, quando em suas andanças boêmia. Casou-se pela segunda vez, em São Paulo, com a enfermeira Maria Madalena, havendo dessa união dois filhos. Certamente, a vida que levava, não manteve a estabilidade do lar. Compôs outras canções: "Simplicidade", "Jangadeiro de Itapuã", "Pajuçara", "A Ceguinha", "Uma Estrela no Céu", "Zefinha", "Cais do Porto" e outras, constituindo o seu primeiro compacto impresso pela Sinter do Rio de Janeiro. Em todas as suas músicas, percebe-se claramente o estilo nostálgico.
Trabalhou na Rádio de Feira de Santana e nos últimos anos de vida, vivia na terra que mais amou (e foi desprezado) Jacobina. Trabalhou no "Serviço de Alto Falantes da cidade".
Várias vezes precisou da caridade pública, a fim de ser internado no Hospital de Feira de Santana para tratamento especial. Logo que recuperava, voltava a Jacobina. Em uma dessas idas, não mais voltou, lá falecendo no dia 12 de junho de 1976, vitimado por um endema pulmonar. Reconhecendo que iria morrer pediu a enfermeira-chefe Mariene Garcia Passos, nossa conterrânea, que lhe dava toda assistência; o desejo de ser enterrado aqui, na terra natal, em que desenvolveu a sua infância.
Cabe a nós jacobinenses, satisfazê-lo, transladando os seus restos mortais para uma sepultura digna, como digna foi a sua vida, que as autoridades constituídas possam realizar esse sonho de artista Jacobinense, os artistas fazem a memória desta terra de Jacó & Bina. Que Deus tenha piedade de sua alma!

Agnaldo Marcelino Gomes

3 comentários:

  1. Fazendo pesquisas culturais, achei apresentação de Bob Silva na cidade de Aracaju, no ano de 1941. (Rômulo C. Nóbrega)

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  2. MUITO LINDA A LEMBRANÇA DO PROF. "AMAR GOMES" ELE AINDA VIVI. E SABE QUEM O VISITA,.

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  3. Descobri ontem que ele era meu avô, que tenho uma outra familia...

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