quarta-feira, 30 de julho de 2014

10º FORROCK FOI 10! (Por Professor Márcio Melo)


“Nunca mais seremos os mesmos Por mais que a gente tente.”
(Nenhum de Nós, “Exatamente Igual”, álbum “Contos Acústicos de Água e Fogo”)

27 de junho foi dia de FORROCK, o 10º. Há muitos anos que vinha querendo participar deste evento, que acontece na cidade de Andorinha, no norte da Bahia. Acontece que, vários motivos, a cada ano, não me permitiam ir, e sempre adiava. Este ano foi diferente, porque já tinha visto um show da Banda Prole 64, um tributo a Legião Urbana, que gostei muito, e também a vinda da banda gaúcha Nenhum de Nós, uma das minhas preferidas há vinte anos, deu um gás a mais na vontade. E fui.

A cidade estava toda enfeitada por causa do São Pedro, cheia de gente, de vozes de moças e rapazes, homens e mulheres de muitos lugares e cidades diferentes. Não sei se os meios de comunicação se interessaram como deveriam pelo evento, mas todos aqueles que souberam pelas redes sociais, que se motivaram, e que foram, como eu, tiveram a oportunidade de se emocionar com a diversidade e a beleza do rock. Como tinha no slogan: “Todas as tribos, um único som”. A música que bateu ali veio de lugares distantes - de Porto Alegre, de Andorinha. As duas bandas colocaram em estado de graça o público que assistiu ao som e aos gestos de sua apresentação. Até a chuva ajudou.

As mais de duas mil pessoas estavam expostas à aplicação de dose reforçada de som de alta qualidade. As duas bandas, afinadíssimas, e com repertórios maravilhosos, nos deixaram, por mais de duas horas, livres dos excessos gordurosos e de mau gosto que poluem nossos ouvidos no dia a dia, do envenenamento mental que nos querem impor os rádios, as televisões e a indústria cultural. Com certeza, o sentimento de estar num ambiente salutar e regenerador tomou conta de todos que se deslocaram, naquela sexta-feira, em pleno inverno, até Andorinha.

Com as vozes e instrumentos dominando o espaço, não houve chuva e frio que impedisse o ir e vir dos ávidos do bom ouvir. Teve gente que viajou mil quilômetros! Melodias e harmonias se casavam e provocavam êxtases. O encontro daquelas duas bandas de rock foi uma festa de criação e felicidade, troca de notas e início de amizades e parcerias, admiração recíproca que se completava em abraços, aplausos. As fotos e os vídeos não me deixam mentir ou exagerar. A receptividade das duas bandas, ao final dos shows, foi muito elogiada depois.

E no ano que vem tem mais. Os nossos passos vão nos levar para lá. A cidade é aconchegante, como boa parte de nossas cidades. E quando as pessoas encontram, em qualquer cidade, seu pouso, uma boa receptividade e acolhida, é para lá que elas voltam sempre. Vamos nos impregnar novamente do clima musical, olhar com atenção as pessoas, ladeiras e serras lindas, respirar o ar de poesia e liberdade, que são a essência do nosso país e, mais uma vez, celebrar o encontro fraterno entre artistas e público. Em Andorinha, no FORROCK, eu me senti bem e imaginei muita coisa boa.

(Márcio Melo, professor em Jacobina, Bahia)

Fonte: http://jornalvirus.com/10forrock.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário