segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Natal e varanda (Cledson Sady)


A saudade ficou na varanda
Das conversas do Natal.
Em geral, monólogo assistido,
Que fora guardado e revestido
Como manjar celestial.

Voltava-lhe a mente a trilha,
Conquistas, saberes e afetos.
Enchia-nos de uma saudade desconhecida,
Trazida de infância junto à família,
Despertando a catarse adormecida.

Nossas parcas conquistas juvenis
Entrecortavam a bela viagem,
Realizada apenas naquele dia,
Por beduíno que revia a miragem.

Os sabores da época estavam presentes
Naquele momento, vindo do passado
Escondido nos outros dias, como presente precioso
Que precisava ser guardado.

As vezes o tom de melancolia,
Noutras, saudade, lembranças.
Surgiam os risos, alegria.
Memórias que vinham da infância.

Como é difícil perceber
Que se perdeu o relator
De fonte viva da vida,
Que continua a pulsar na mente,
Na lembrança, no afeto, na alma
Do que está perto e distante.

Natal, varanda e mesa,
Saudade que ainda vejo
Nas coisas que hoje escrevo,
Como poeta aprendiz.
Ficou comigo a matriz
Do sentimento que toco, que vejo
Na celebração de uma vida feliz.

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