sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Fogueira tribal (Cledson Sady)
Ao redor da fogueira iluminada,
Num círculo que se abre ao céu,
As estrelas, cadentes, imantadas,
Olham para a via que clareia o véu.
As prosas animadas, incandescentes,
Abordam assuntos sem fim.
O compromisso com a razão, já decadente,
É comandado pelo balanço do sim.
O primitivo encontro com o fogo
Aquece a noite e a madrugada.
A amizade (re) confirmada
Num encontro sem causa causada.
Os vagalumes, sapos e grilos
São personagens sempre presentes,
Mas, abafados pelo ruído dos risos,
Aumentam o volume, num esforço estridente.
Na madrugada chegam o sereno e o frio
E devagar o círculo encolhe, mas não se fecha.
O falar agora soa macio
Ao coração que de consolo tem queixa.
Nasce o dia, restam as cinzas.
Agora, em sonhos, aquecidos, segue o ritual.
Os problemas da vida recebem boas vindas
No espaço, aonde chegam da queima tribal.
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