sexta-feira, 20 de agosto de 2010
CASAMENTO PERFEITO (Parceria de Sensibilidade com Vera Jacobina)
Enfim se casaram
o poeta e a poesia...
num ato discreto,
com muita alegria,
foguetes, folguedos,
fanfarra, cantoria.
Foi após ter-se dito:
por esse povo ousado...
tanto tempo o namoro,
que rito demorado!
Mas tudo o que é sempre bonito,
tem sua leva de encantado.
E ninguém punha mais fé
nesse ato incontido,
pois, não mais esperavam
esse enlace curtido...
fez-se em relance o lance
e eis que, em Jacobina
se lhes deram a chance
a que a nupcial valsa dancem
atendendo ao romance
entretendo ao Cupido!
Ali mesmo, Jacobina
escolhida pro foro,
pra fugir da rotina
deram de convidar
o Jacó e a Bina
para enfim testemunhar
essa bendita sina
e beneditas bençãos de Dito
e Tonho que trocaram a batina
pra celebrarem o matrimônio...
o importante de tudo
é o momento feliz
celebrado à noitinha
na Igreja Matriz!
O poeta tão sábio
E num tom tão pomposo
Disse à sua amada
num tom carinhoso:
amor de primeira
e à primeira vista
desse amor que desvela
com toda conquista...
amor de todo o sempre
e há de se perder de vista
que nem a morte separa
pois a vida repara
toda falha que exista!
Foram eras e eras
de namoro e paquera
mas tomaram a decisão
descobriram afinidades
condizentes ao coração...
Guloseimas variadas,
confeitado e grande bolo,
buquê arremessado
ao ar como consolo...
Ih, quem pegou o ramalhete
u'a solteirona renitente...
chamada Poema
poetisa da gema!
Valeu a pena esperar
por essa graça ditosa,
e assim se espera uma safra
em uma prole generosa
de lirismos encantados:
Sonetos, Cirandas,
Prosas-poéticas
ou poéticas-prosas,
céus azuis, tantas rosas...
aromadas e airosas,
poetrix, indrisos, haikais,
parcerias e duetos
e até no imaginário,
num insite de um clic,
com Obelix e o Asterix...
muitas trovas, tantos ais...
motes bem sugestivos
diversos versos metrificados
ou apenas “sensitivos”,
poesias concretas
ou parnasianianas
sentimentos e atrativos
lançados ao universo
onde o verso se une uno
no inverso dessa tribo
sempre ileso e imune
como todo aquele verso
que o bem e o amor reúne...
Foi assim que se deu
essa história de amor
que se bem reparada
parece-se com um louvor
à nossa própria história...
com fervor aqui contada
num capítulo desse recanto
aos sorrisos e sem pranto
escrito com intenso encanto
por nós assim chamado
“Um Amor de História de Amor”.
Além de tudo, sincera
dentre histórias de amores,
pintada e ponteada numa tela
decantada e cantarolada
por essa dupla de autores
que é Fernando e também Vera.
Antonio Fernando Peltier
Publicado no Recanto das Letras em 05/08/2010
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